segunda-feira, 30 de novembro de 2020

ELEIÇÃO PARA GOVERNADOR E SENADOR DE 1950


Silvestre Péricles era um governador honesto, trabalhador, contudo, arbitrário, um caudilho, às vezes violento em suas imposições políticas. No dia 3 de outubro de 1950 estavam marcadas eleições gerais. Silvestre lançou seu candidato a governador, Campos Teixeira. Naquela época não havia pesquisa, mas ele dizia ter mais de 80% dos votos. Os caciques da oposição, da UDN, com eleição garantida para deputado, não se arriscaram a candidatar-se contra Campos Teixeira. Foi quando apareceu um jovem jornalista, com ousadia e audácia topou a candidatura afirmando que ganharia a eleição para governador do Estado. Arnon de Mello entrava assim para história das Alagoas. Candidato à Constituinte de 1945, Arnon perdeu; teve 1.300 votos. Atrás de Silvestre (6.105), Rui Palmeira (3.232), Freitas Cavalcanti (2.388). Na frente de Carlos Prestes (1.093), Graciliano Ramos (62). A campanha eleitoral de 1950 foi uma das mais violentas na história das Alagoas. Como todo déspota, Silvestre não admitia crítica. Quando os jornalistas da oposição criticavam o governo com veemência, ele ficava possesso e dava o troco. Mandou dar surra no jornalista Donizete Calheiros, empastelar um jornal, tocar fogo no caminhão dos estudantes que pichavam os muros com propaganda de Arnon. A campanha foi um período de tiros, mortes, chacina na cidade de Mata Grande, várias pessoas de uma família morreram. O irmão de Silvestre, Senador Ismar de Góes Monteiro, seu inimigo político, levou três tiros numa tentativa de assassinato. O clima era de total intranquilidade. Numa noite de brisa de agosto, eu estava em minha casa lendo revistas em quadrinhos, menino de 10 anos, experto, maloqueiro da praia da Avenida da Paz, quando bateram palmas no portão. Atendi e me surpreendi com um grupo de político, em torno de uma dúzia, a maioria com paletó branco e apenas uma mulher. Perguntaram-me pelo Coronel Mário Lima, comandante do 20º Batalhão de Caçadores. De repente meu pai chegou cumprimentando os visitantes, seus amigos. 

Era a cúpula da UDN que pedia abrigo para realizar uma reunião, o único local que acharam seguro para discutirem as estratégias de campanha e denunciar o clima de intranquilidade foi minha casa. Meu pai os recebeu, deixou-os à vontade na sala. Os membros da oposição, que Silvestre chama de “udeno-comunistas”, discutiram durante toda noite. Eu, menino curioso fiquei admirando, prestando maior atenção ao debate sobre as medidas a serem tomadas. O que mais me impressionou foi a atuação determinada e cheia de opiniões da única mulher do grupo, Dona Leda, esposa de Arnon de Mello; naquela época lugar de mulher era na cozinha. Fui dormir e deixei os políticos, Rui Palmeira, Freitas Cavalcanti, Melo Mota, Carlos e Mário Gomes de Barros, Ezequias da Rocha, Oséas Cardoso, entre outros discutindo até a madrugada, com o apoio da água gelada, cafezinho, doce de mangaba, bolo, e refresco de cajá de Dona Zeca. Essas reuniões se repetiram. Meu pai, tomou essa posição em receber seus amigos políticos na nossa residência para evitar mais violências. Ele comunicou o fato ao governador e ao General Comandante da 7ª Região. Ele se responsabilizava pela acolhida aos políticos receosos de uma reprimenda. Arnon de Mello estava crescendo eleitoralmente na capital e no interior, o que levava os governistas ao desespero. A eleição se aproximava e a garantia das tropas do Exército solicitada pela oposição não chegava ao 20º BC. O General Góes Monteiro, irmão de Silvestre, eminência parda da República, candidato a Senador em Alagoas, segurou a ordem de envio de tropas para garantir a eleição no interior. Foram expedidos radiogramas para a 7ª Região Militar–Recife, informando que estavam sendo preparadas fraudes e violências durante a eleição. Eram duas horas da manhã do dia 3 de outubro, quando chegou a ordem para garantir as eleições em Alagoas. O 20º BC permanecia de prontidão com a tropa organizada para ser distribuída nos municípios. Havia um problema: não existia viatura suficiente para o deslocamento imediato dos soldados para todo Estado. O coronel Mário Lima requisitou caminhões, camionetes que passavam em frente ao quartel; embarcaram todos os soldados para o interior. O Exército garantiu a eleição. Apurados os votos, Arnon teve 56.962 votos contra 36.338 de Campos Teixeira. O general Góes Monteiro candidato a senador, pensou ser uma eleição fácil para ele, não fez campanha, perdeu para um médico, novato na política de Sertãozinho ( hoje Major Izidoro ), Ezequias da Rocha. No mês de novembro, em uma inspeção do general comandante da 7ª Região à guarnição de Maceió, o coronel Mário Lima acompanhou o general comandante em visita de praxe ao governador. Depois da rápida conversa quando retornavam pela sala, Dona Constança, mãe de Silvestre, sentada em uma cadeira de balança, provocou: “Esse Exército de merda fez meu filho perder a eleição”. Os militares fingiram não ouvir. Sorrindo desceram as escadas do Palácio dos Martírios. ( Artigo de Carlito Lima ).

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

CASA A ONDE MOROU O SENADOR EZECHIAS DA ROCHA

 


VILA OLINDA A ONDE FICA LOCALIZADA À ANTIGA RESIDÊNCIA DO SENADOR DR. EZECHIAS JERÔNYMO DA ROCHA   À  RUA  SILVÉRIO  JORGE,  274, BAIRRO  DO  JARAGUÁ - MACEIO. ( FOTO GOOGLE     MAPAS ).

quarta-feira, 6 de maio de 2020

ALAGOANO O MINISTRO HUMBERTO MARTINS É ELEITO O NOVO PRESIDENTE DO STJ –SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA!


ALAGOANO O MINISTRO HUMBERTO MARTINS É ELEITO O NOVO PRESIDENTE DO STJ –SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA!

Em sessão por videoconferência realizada nesta terça-feira (5), o Pleno do Superior Tribunal de Justiça (STJ) elegeu por aclamação os ministros Humberto Martins e Jorge Mussi para os cargos de presidente e vice-presidente do tribunal no biênio 2020-2022. Os dois também assumirão o comando do Conselho da Justiça Federal (CJF). Eles substituirão o atual presidente da corte, ministro João Otávio de Noronha, e a vice-presidente, ministra Maria Thereza de Assis Moura. O biênio dos atuais dirigentes termina no final de agosto.Na mesma sessão, o Pleno escolheu Maria Thereza de Assis Moura para o cargo de corregedora nacional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Também foram eleitos o ministro Og Fernandes para diretor-geral da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e o ministro Benedito Gonçalves para diretor da Revista do STJ. Todos foram escolhidos por aclamação.


domingo, 28 de julho de 2019

sábado, 25 de maio de 2019

I ENCONTRO DA FAMÍLIA ROCHA DE MAJOR IZIDORO - ALAGOAS DIA 08 DE JUNHO DE 2019, CLUBE DO BARRUADA!




ADESÃO COM BUFFET E BANDA R$40,00 e CAMISA 15. CONTATOS E ADESÃO COM SILVANA FONE:082-9902.7847 OU LINO ROCHA FONE:081-9.9955.8509.

domingo, 21 de abril de 2019

O ALAGOANO E LEGENDÁRIO FLORO GOMES NOVAES


O ALAGOANO E LEGENDÁRIO FLORO GOMES NOVAES





O lendário Floro Gomes Novaes nasceu no antigo povoado de Capim hoje cidade de Olivença, Estado de Alagoas,  É claro que seu nome ficou longe da fama do maior rei do cangaço moderno, mas os fatos que envolvem a sua sina de vingador e justiceiro também merecem um registro atento e responsável por aqueles que estudam o fenômeno do cangaço na região Nordeste. A saga do vingador justiceiro de Floro Novaes iniciou quando assassinaram o seu pai ULISSES GOMES NOVAES em 1951 no povoado de Capelinha Município de Major Izidoro -AL o marchante Ulisses Gomes Novaes, o Nordeste ganhou um dos mais célebres, discutidos homens análogos ao “cangaço”. O motivo do ingresso deste homem nesta vida violenta e perigosa, foi a perda do pai. Desencadeou o processo de vinganças e depois não teve mais jeito de parar as matanças. Floro fez uma lista dos culpados um a um eles foram mortos, até que chegou ao ultimo  nome da lista João José que estava em Capelinha Município de Major Izidoro no dia 05 de outubro de 1959, dia de domingo era dia de feira no povoado de Capelinha  e fazia anos do assassinato de seu pai. Floro encontrou João José conversando com o delegado local numa mercenária próxima com 19 anos magro  não se intimidou, se aproximou do matador de seu pai  e disse: : Prepare seu caixão, você nunca mais mata pai de um homem e em seguida executou o assassinou de seu pai. Floro foi cangaceiro moderno, motorizado, tinha domicílio certo na Fazenda Mamoeiro, criava pequeno rebanho de caprinos, algumas cabeças de gado e um dos maiores produtores de feijão do município de Águas Belas-PE. 


Na semana pré-carnavalesca, Floro acertou com Mané Miúdo em Águas Belas, uma caçada de veado no Riacho do Mel, para quarta-feira de cinzas. No dia 25 de fevereiro dia de quarta-feira o carnaval de 1971 pintava como um dos mais animados no sertão. Chovia bastante na região e o invernos de fatura, em razão de um ano anterior ter sido a uma das mais castigadas secas do nordeste nos últimos anos. Mané Miúdo avisou que iria participar juntos os irmãos Wilson e Américo, filhos de João Lins. Gente de confiança. Na manhã do dia combinado, Floro mandou selar a burra, enquanto limpava a espingarda calibre 12. Revisou os cartuchos, colocando 14 no aió (bolsa que o sertanejo usa para caçar) e dois nos canos. Calçou botinas, dirigiu-se para o curral e reclamou da demora do ajudante. Viraram à direita ao atingirem a estrada Boqueirão-Águas Belas. Logo adiante dobraram novamente no mesmo sentido, pegaram a que segue para o Riacho do Mel. No meio da caçada passar em frente do piquete, o primeiro tiro. Jurandir endereçou-o ao ouvido esquerdo de Floro. Passou de raspão na testa, perfurando a aba do chapéu no estampido, Floro gritou: - Solta a espingarda e corre, senão tu morre, fi da peste! Wilson o fez. Disparou na montaria. A burra empinou. A parada propiciou Alfredo acionar o mosquetão. O balaço entrou à altura da costela mindinha. Saiu abaixo do peito direito, queimando o músculo do braço. Floro caiu de tórax perfurado. Arrastou-se rapidamente apanhando a espingarda. Mirou as moitas e fez fogo. O esconderijo foi podado pelos caroços de chumbo da possante. No interior só os gravetos. A dupla correu caatinga à dentro pelo mesmo lado esquerdo, após o segundo disparo. Atravessou a estrada na frente, pegando o lado direito. A dor retira reflexos. Disparos quase simultâneos. 

O tiro de mosquetão atingiu o encontro da perna direita, partindo-a. O de espingarda, peito esquerdo. Cravou cinco rolimãs abaixo da clavícula, junto ao coração. Floro deu um pulo. Urrou igual fera atingida de surpresa. No cair, acionou o gatilho a copa da umburana. O exame cadavérico efetuado por médico em Águas Belas, diagnosticou a causa-mortis: hemorragia interna provocada por vários ferimentos transfixantes perto do coração. Presumindo-se que tenha expirado na tarde da quarta-feira. Chuva e frio aliados, conservaram o cadáver naquela noite. Às vinte horas da quinta-feira não exalava nenhum mau cheiro, contou João Paes. O cortejo fúnebre saiu da Fazenda Mamoeiro para Águas Belas na sexta-feira pela manhã. Feita a autópsia, seguiu para Jacaré dos Homens. O sepultamento se deu à tarde. Na quaresma os jornalistas continuaram. Exploraram o assunto até o julgamento, desaforado para Recife - Pernambuco. Nos jornais não faltou matéria. Floro decidiu seguir a vida de justiceiro em 1951 quando seu pai foi assassinado em uma emboscada na cidade de Santana do Ipanema(AL). Na brutalidade dos assassinos, o cérebro de Ulisses Novaes foi esmagado com a coronha de um rifle. Floro jurou vingança e viveu o resto de sua vida com esse propósito, às vezes na companhia de alguns comparsas, como Valderedo Ferreira, na maior parte do tempo sozinho, na aridez da caatinga dos sertões de Alagoas e Pernambuco. Foram 19 anos com suas armas cuspindo fogo e colecionando os corpos dos inimigos até ser morto também numa tocaia, em 1971. ( Texto escrito por  Valdir Oliveira e no livro Guerrreiros do Sol, de Frederico Pernambucano de Melo, São Paulo: A Girafa Editora, 2004 ).